Bem, o melhor método é aquele que se ajusta melhor a si.
“E como é que eu sei se ele se ajusta a mim?” Esse foi precisamente o tema abordado no artigo da semana passada aqui no blog. Se não leu, nem assistiu à nossa live no Facebook, talvez seja útil dar uma olhadela.
Quando se trata de aprender uma Língua estrangeira as opções são muitas. Mas quando esse idioma está no top 5 das Línguas mais faladas do mundo como o Inglês, a coisa complica-se.
De qualquer forma, apesar da diversidade, as soluções para melhorar a nossa comunicação em Inglês têm características em comum e isso permite-nos analisá-las como se no fundo fossem categorias. Para facilitar esta análise, resolvi arrumar essas soluções em 5 “caixinhas” e dar o meu ponto de vista sobre cada uma delas:
1. Escolas Tradicionais
Aqui incluem-se as abordagens mais “clássicas” para aprender Inglês, geralmente em sala de aula com um professor e um grupo de aluno, apoiados por um manual. A principal vantagem, a meu ver, é a estruturação bastante demarcada de todo o processo. A desvantagem é que muitas vezes são posicionamentos formatados que possibilitam pouca ou nenhuma flexibilização na metodologia. A individualização da aprendizagem ou não existe ou representa um desafio enorme para o professor, acabando a experiência por ter um “sabor” um pouco “empacotado” ou industrializado.
2. Cursos Online
Existe uma variada oferta formativa online, com qualidades muito diversas, geralmente em modo assíncrono (conteúdo gravado), síncrono (conteúdo em tempo real) ou um misto dos dois. As vantagens e desvantagens diferem consoante o formato mas quando comparados com os presenciais, os cursos online são regra geral mais flexíveis, nomeadamente em termos de tempo e espaço. Ainda assim, um curso síncrono exige sempre cumprir horário, enquanto o assíncrono é feito ao nosso ritmo (“self-paced”). Os cursos assíncronos, contudo, pedem maior auto-organização e auto-motivação. E é aqui que quem têm necessidades muito específicas se podem perder se não tiverem um acompanhamento mais próximo.
3. Aulas Particulares
Um professor particular colmata algumas das desvantagens das escolas tradicionais e dos cursos online, pois oferece mais flexibilização ao nível dos conteúdos, do tempo e do espaço. As aulas particulares podem até ser online também (em formato síncrono), facilitando a questão da mobilidade. Por outro lado, há individualização total e um acompanhamento muito direccionado. Contudo, uma das desvantagens associadas a este tipo de abordagem surge ironicamente do facto da flexibilização por vezes ser levada ao extremo e “matar” a sistematização e coerência que é importante a aprendizagem ter. Isto pode levar a uma quebra de compromisso e até “desleixo” por parte do aluno ou mesmo do professor.
4. Language Coaching
O coach de Línguas é um profissional que, por norma mas nem sempre, tem uma formação de base ligada às Letras e combina-a com uma certificação oficial de Coaching. À primeira vista e para quem analisa de fora, este pode confundir-se com um professor particular, porém existem diferenças, principalmente na relação que se estabelece. O coach de Línguas aplica os princípios do Coaching e da PNL (Programação Neurolinguística) para ajudar o coachee a identificar crenças limitadoras e facilitadoras no processo de desenvolvimento linguístico e no alcance dos seus objectivos nesse âmbito. É um processo muito flexível e não-directivo que assume o coachee como o principal responsável, o que pode parecer difuso para algumas pessoas, nomeadamente utilizadores da Língua em níveis iniciais.
5. Auto-estudo
Há quem defenda que cada pessoa sabe qual o seu melhor método para aprender Inglês e que a melhor estratégia é fazê-lo sozinho (ou com um grupo de pares/amigos). Para algumas pessoas pode resultar bem, principalmente se tiverem auto-organização e motivação para percorrer o caminho. Podem assim fazer uma escolha personalizada das suas tácticas, definindo por si próprios onde, como, quando e o que aprender. Existem actualmente muitas ferramentas (pagas e gratuitas) que podem ser combinadas neste processo, mas a desvantagem está na dificuldade em fazer uma selecção criteriosa das mesmas e sistematizá-las num plano estratégico orientado para os objectivos a atingir. Sem ajuda qualificada para traçar esse plano, a tendência é disparar em todas as direcções, tornando o processo bem mais lento e menos eficiente.
→ E onde se enquadra o TEA?
Bem, o The English Affair sempre se assumiu como uma abordagem rebelde, e como tal é difícil enquadrá-lo numa só categoria, pois a sua génese surge da necessidade de integrar o que funciona bem nas diversas “categorias” de métodos. Gosto de pensar no TEA como um híbrido, que tem a sua base nas aulas particulares, mas combina uma atitude relacional, informal e descontraída, com uma visão sistematizada da aprendizagem, sustentada pela ciência e pelo estudo contínuo do desenvolvimento humano. Porque é de pessoas que se trata.
A ordem pela qual as “categorias” foram apresentadas reflecte, por um lado, uma crescente flexibilização e personalização e, por outro, uma decrescente directividade e estruturação. Esta é a minha visão pessoal, com base na minha experiência enquanto professora mas também como aprendente. Haverá certamente perspectivas diferentes. Qual é a sua?