globe•trot•ter (ˈgloʊbˌtrɒt ər)
noun. A person who travels often and widely to countries all over the world.
Gosto muito da expressão cidadão do mundo. Gosto mais ainda da expressão globetrotter. E como eu gostaria que uma fosse a tradução da outra. Mas não. O dicionário frequentemente prefere traduzir “globetrotter” como “cosmopolita”, talvez pelo respeito devido ao nosso querido grego kosmos.
Viajante. Andante. Caminhante. Penso que o que eu gosto na palavra globetrotter é a ideia de caminhada, de se fazer caminho ao andar. Ainda que seja para dentro de nós.
E sim, gosto muito da expressão cidadão do mundo. Mas utilizo-a em demasia para justificar o meu injustificável sentimento de não-pertença, que é tão constante como a minha própria existência. Ser de duas culturas e nunca ser verdadeiramente de nenhuma dá-nos um vazio desconfortável. Tanto assim que todos nós, de alguma forma, suspirámos um pouco de alívio no dia em que alguém decidiu inventar a expressão “cidadão do mundo”.
A ideia de um mundo sem fronteiras agrada-me. Mas talvez não tenhamos que renunciar a nenhuma das nossas pátrias para ter o mundo como pátria. E talvez não tenhamos que ter o mundo como pátria para o conhecer e incorporar em nós, neste mundo imenso que temos cá dentro.